quarta-feira, 4 de maio de 2016

Poema de 4/5/16 - Sem título II

é falta
é ferro

é um prego no peito

é uma lixa de pedra
rasgando por dentro

a fita
é foda

é tudo desespero

é ausência
é memória

tudo ao mesmo tempo

é esquisito
demora
dá ruim na barriga

é saudade 
covarde

maltrata e castiga

Poema de 4/5/16 - Sem título I

eu estou
aprendendo a amar
quando te deixo viver
isto

sem precisar lembrar
que eu
existo

eu estou
confabulando
procurando as palavras
no ar

sem precisar perguntar
muito

me respondo a cada instante
que sim
que pode ser

pode ser que amor seja muito maior
muito mais
muito melhor

generoso
paciente

superlativamente redundantemente e hiperbólicamente
capaz

de nos unir na disparidade das escolhas
e também na disparidade de tudo aquilo na vida que não escolhemos
mas aconteceu

quanto mais se aproxima a partida
mais eu sinto que não há nenhum motivo para se despedir





Poema de 4/5/16 Sem Título


Eu vi sua foto e meu coração acelerou
Respiro o ar frio de hoje a noite e me sinto cheia de tristeza
Tá faltando você
Fizemos dois anos
Nós dois
Escolhemos nos separar
Escuta,  se eu ainda escrevesse a caneta , escreveria forte até rasgar o papel:
Nunca vai ser igual
Não vai ser igual
O que você quer quando me diz que vou encontrar outra pessoa?
Me desafiar?
Te peço: me espera
Mas eu sei que não precisa
Quando penso que há dois anos eu te encontrei por acaso no trem
 Sinto que nada pode te tirar da minha vida
Eu não vou desistir
Eu vou embora
Fique a vontade para se incomodar, duvidar ou achar que não sei o que digo
Afirmo  com muita tranquilidade: meu coração fica onde você estiver