sábado, 30 de março de 2013

odeio ouvir outra garota dizer seu nome.

medalha de St. Antônio

Eu não quero, nem poderia
estar com você a todo tempo
(não é à isso que esse presente se propõem)

Eu não quero, nem poderia
acreditar que isso vai te proteger de alguma maneira,

Porque Deus não existe, e santos também não. (nós sabemos)

As coisas boas da vida! Ah as coisas boas da vida!
(mesmo poucas) São muito boas, fazem valer a pena...

Que você possa carregar com você, nesse presente,
uma coisa boa, uma boa lembrança.

Que te traga a sensação de que pode ser bom, viver, amar...
Pode ser bom...

Você me dá forças pra acreditar, nisso e em mim
Eu te amo sem medo.


Estou com frio, e sei que você demora.
Meu cheiro não é bom, porque estive nervosa... 

Que tal experimentar essa porta? 
A vermelha, a minha esquerda,
Você sabe que eu estou aqui...

Meu cheiro não é bom e eu vou chorar.
No seu lugar eu também não viria, 
ou viria? Você vem?
Não falo mais, nunca mais, não mais, não vou dizer, 
Porque você não gosta de me ver assim, enlouquecendo.

Enlouquecer é frio, eu tenho medo das horas.

terça-feira, 26 de março de 2013

Rosário


"Ave Maria cheia de graça"
Os dedos de Maria entre as contas,
que chamamos de contas
(ou de mistérios)
para não chamar de medo.

"Santa Maria mãe de Deus
Rogai pela vida,
porque na morte não teremos medo."

A vida dela, 
Maria, a que reza,
não tem segredo

( Um pensamento Interrompeu a oração)

"Maria Puta,
Maria Vadia,
Eu estou rezando, e estou ouvindo,
dos três meninos, nenhum está dormindo"

"Maria Puta,
"Maria Vadia,
Eu também quero meu corpo preservado,
Eu estou rezando..."

(voltou a si)

Maria não pediu perdão, fingiu que esse desabafo rebelde nunca lhe ocorreu o pensamento.
Mas alguma culpa, lhe fez voltar para a primeira conta do rosário.

"Santa Maria
e Meu Santo Jesus Cristo,
seu filho, olhe para os meus filhos:

Que Arturo para de roubar
Que Augusto vire padre
E Frederico um bom menino"

Mas o joelho de Maria não é o joelho de Frederico.

E os dedos seguem nas contas
e nas cordas entre as contas

Os dedos de Maria

Não são as mãos bandidas de Arturo
Não são das preces apertadas de Augusto

As mãos de Maria são das contas
As mãos de Maria esperam.

                                                    Inspirado no  Romance de John Fante: Espera a Primavera Bandini

Outra Canção ( ou Outro Verão)


Se nosso caminho não for canção,
Se for não,
Se não for, como então,
(nós) Dissemos que seria para outra estação...
---
Se em outra estação o silencio é canção,
E sorrir não é mais opção.
Se são,
Sombras tristes,
À me  receber,
No seu portão.
Sobre as flores do chão.
---
E-elas também são as mesmas,
Sobre  u-ma recordação,
So-bre outra versão,
Pras - histórias mesmas,
----
Que insistem em,
Lembrar que são,
Recordação,
São sem certeza,
Um prato a menos na mesa,
Uma vela acesa,
Elas são...
---
Se sombras em silêncio, rezam ou não,
Se cochicham ou choram
ou não,
Se estão esperando os pla-nos pro outro verão
-----
E se a promessa espera em vão,
Se ainda penso,
em te encontrar,
As mãos.
Por que eu não estive,
E você não estará para outra estação?
---
Nem pros olhos tristes, estão, os dedos em riste, no violão. ====
Nem para outra lição, nem pra outra canção, nem pra aquela mesma ====
---
Se sonhos em silêncio, rezam ou não,
Se cochicham ou choram ou não,
Se esperam pelos pla-nos pro outro verão

quinta-feira, 14 de março de 2013

eu tô vacilando


hoje é dia internacional da poesia
e  são tantos os motivos
que eu tinha para essas linhas

 e eu continuo vacilando,
tô fazendo merda na vida!

confesso que pensei um poema
para ilustrar a data

mas diante de tantos problemas
vacilo ao escolher as letras
e sobre o que elas falam

eu tô viajando,
eu tô de verdade

vagando entre ideias
que só se ocupam em me preocupar

podiam me inspirar os versos
em consideração a esse dia

mas eu continuo no vacilo incerto
esperando a visita

de uma poesia ao meu caderno
em caligrafia bonita

de esperança e alegria
para o final dessa tarde aflita.





sábado, 9 de março de 2013

Os lírios não bastam. As leis não nascem das flores.
Meu nome é luta, e escreve-se
na história.

Feliz 8 de Março.
http://letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/881736/

sexta-feira, 8 de março de 2013

Estive pelas últimas horas.


Estive pelas últimas horas.

Tinha prometido que seria eu outra identidade,
Mas de novo escrevo sobre efeito da mesma embriaguez de insatisfação.

Eu estou tomada,
e na boca, o gosto é amargo.

Eu sinto que estou indo embora
com os ponteiros na parede,

Mas eu não, eu não vou voltar.
eu sei que ainda não vou voltar.

Pergunte aos ponteiros por onde andei.
Pergunte ao pó sobre minhas pegadas

sábado, 2 de março de 2013

Clichê sexual com as rimas mais clichês do mundo


me arrancar a roupa
me beijar a boca
me chamar de louca

poderia me apertar os pedaços
me arranhar feito gato
me rolar de pé e deitada
beliscar-me a nadega
me segurar com força
e me beijar os mamilos de moça

me molhar a orelha
me molhar inteira
na sua pele
onde coubesse minha pele

poderia ...
estar onde coubesse
e onde estivesse meio apertado
devagarzinho
depois mais rapido..

poderia..
me morder a coxa
me deixar a pele roxa
e pedir pelos meus cabelos
encontrar entre os dentes meus pentelhos
e escolher alguma posição
me dar tesão

poderia me lamber feito picolé
e segurar minha mão com delicadeza
feito bola de sabão
e assoprar com precisão
flutuar, quase sem ar,
ofegante a respirar,
até não aguentar,
até explodir
por ai...
"sem sabor nem textura, isso que se propõe a ser tomate, só é vermelho de vergonha de ser o que é"

Avó Maria sobre trangênicos.