Pátria armada
desalmada
salve salve
se quem puder
mudar de sonho intenso
sonhar em silêncio
um sonho tímido
amor esperança
violência agressão
arroz feijão
banalidade inverdade
tem marmelada
tem sim senhor
formoso é o céu
mas não tem poesia que dê jeito
não tem papo
o sangue vai rolar
e não vai ser o deles
O seu futuro espelha avareza
Como sempre foi e ainda mais
Nunca foi bom
É perverso dizer que foi
E muito mais perverso não dizer
que o está por vir é pior
e pagar pra ver vai doer
No preto, na mulher, no indigena e no menor
Eu não tenho inimigo
tenho pena de quem está iludido
todo mundo quer tomar partido
E eu só querendo viver
O povo é pobre
a alma tem fome
e não sabe de que
Pátria armada
desalmada
Pare o trem que eu quero descer
salve salve
se quem puder