dormir em cima da capa do violão
cantar a música do Sabiá
ouro Preto, morro da forca
saudades de quando estivemos lá
velho barreiro com limão
frio de noite, lua nova
contar dez vezes a mesma história
ainda hoje eu tenho
aquela blusa listrada e xadrez
saudades de vocês
dividir um colchão de casal para três
dormir as seis e acordar
ao meio dia com embriaguez
feijoada no café da manhã
cantar uma tarde em Itapuã
mas a versão do Catra, de Amsterdã
ali comi pela primeira vez guacamole
em uma festinha de republica
que viagem, abacate salgado
sábado, 11 de maio de 2019
O que eu queria ser e não sou
O que gostaria de saber e não sei
Paixões confusas
O que queria ter e não tenho
O que eu queria saber dizer e não sei, falta
faltam me as palavras, as cores, o som e tudo nasce e morre dentro de mim
Eu não sei mais falar língua nem uma
Escrevo cartas, tenho medo de esquecer, me pergunto onde estão as pessoas que estavam ali comigo
Nada será como antes
Tudo bem
Eu gosto de ler um poema antigo
Ponho a culpa nos outros
Me comparo, ouço musica emo
sinto inveja, remorso...
A pia cheia de louça, a roupa na maquina pra estender
Eu sonhei que estava no Brasil, com os meus primos, meus tios
Acordei de mal humor, fui grossa e ninguém o merecia
Agora estou sozinha, contagiada com o meu existencialismo
O poema acaba
Eu quero que acabe, eu quero dizer, o que não sei dizer e fazer algo que faça sentido
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