e muita solidão
e muitos sonhos possíveis
e criando possibilidades
para transformar o que não pode ser
em sendo,
em levando,
em indo andando, tropeçando e andando.
e tropeçando e caindo e ficando e sonhando e sonhando e sonhando
e sentindo o chão áspero na pele do rosto
e o rosto áspero entre os espaços do áspero do asfalto.
e assim eu vou sonhando e arranhando os sonhos com a realidade
e perfurando a realidade e preenchendo de sonho
e invadindo a praia
e profanando espaços sagrados do não pode ser, não pode sentir, não pode se entregar
a desgraça de ser o que se é nesse espaço de briga
eu me intrigo todos os dias
e como farinha de trigo branca e café com açúcar branco
e nunca tenho paz
e a briga é todo dia
eu, as palavras, o sonho, e todo o oposto posto diante.
eu, imaginação, literatura, teatro, ficção e a briga de todo dia.
eu fico sozinha
e penso que estou bem
lembro de alguém,
escrevo, seguro, grito pra dentro.
escuto músicas
lembro de alguém
escrevo ficção, literatura
palavras amargas,
frases sintéticas,
engraçadas.
como a mesma comida 7 dias.
e fico ansiosa para que esse lugar mude
e penso o que vou ansiar depois que mudar
eu me sinto muito lúcida,
muito sozinha.
e sem vontade de ficar de olhos abertos.
e sem vontade de ficar de olhos abertos.