quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Entre os Moradores da Cidade



Tijolo, Pedra e Cimenticola

Lajotas, Areia e Argamassa

Muro, Ponte, Corrimão

Parede, Paredão e Vidraça

Espelho, Batom e Mulheres Arrumadas

Aperto de mão, Contramão, Palmas e Mão Suada

Mão Molhada, Mão na Mão, Mão estendida na Calçada

Menina com a cabeça encostada na vitrine

Vê suas vontades se traduzindo em objetos de desejo

Bonecas, bebes e crianças.

Crescidinhas Moças, Homens e Rapazes.

Mulheres de meia e mulheres que mentem idade

Sonham, Projetam e Atravessam.

Percorrem no Cenário da Cidade

‘Aviões, caminhões ou chapadões que nada tem com meu nariz’.

Anúncios, fumaça e quilos e quilos de argamassa

E descobrimos cada dia mais pragas

Baratas, Ácaros e Formigas por fora

Vermes e Lombrigas por dentro ratos.

E descobrimos cada dia mais

Artistas, Religiões e Partidos

Conquistando a platéia no Centro da cidade

Assim alcançando a periferia.

Ao meu redor o que há nas pessoas me contagia

Quando vejo já estou andando depressa

Tudo que eu vejo é movimento

Não parece que só o que é vivo movimento expressa

Ao meu redor pedras plantas e animais parecem ter vontade própria

Vejo todo o massificado personificado

Tudo que vejo é tão humano

Não parece que só o que é humano é animado

O desenho dos muros é de tinta de grafite e de cola e papel

O desenho das calçadas é a bandeira do estado com chiclete porco fura dente colado

E descobrimos cada vez mais

Mendigos na Rua

Em tamancos Putas

E descobrimos cada dia mais

Medo e Angustia

Remorso e Culpa

Descobrimos no que era vergonha beleza

No que era certo tristeza

Tudo é lindo detalhe na sua individualidade

Paixão nos detalhes e Olhares que se cruzam

Entre os moradores da cidade

“Gente é para brilhar e está morrendo de fome’’

“Ela é linda, mais não tem nome”

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