segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Montanha Mágica

Eu preciso de mim
orquestrar meus astros
me tornar mestra 
da arte do meu fim

deixar o tempo penetrar
inspirar saudades
expirar paciência
sem peso nem medo da existência

respirar o ar, resistência
é viver e morrer
paradoxo torpe e sombrio
banal e austero
instinto, insisto, existo
penso, logo espero

a planície é o meu sol
a montanha mágica é a minha lua
não fico, sem nenhuma das duas

noite clara, refratária atenção 
as estrelas se multiplicam 
diante da minha teimosia





quarta-feira, 24 de julho de 2019

Sentimento de perda
Muita imaturidade
Mas no meio disso alguns aprendizados
E uma frase que eu nunca esqueci

Poesia é síntese

Saudades de vocês



Quando nenhum dos seus colegas passaram pelo o que você passou, suas conquistas estão entre uma grande luta e um milagre.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Desordem e progresso

Está no ar, contagia
explosão atômica
multidão atônita
tirem as crianças da sala

todo mundo pra rua
vai passar a ala
da oposição

Numa mistura de bloquinho
com indignação
surge a esperança 
em meio a desgraça

Quem é o outro?
Quem é o inimigo?
Quem é o povo?
Ninguém sabe

Haja álcool gel
Remédio para insônia e azia
Ansiedade e depressão
incluídas no pacote

Temos humor, mas a vida é dura
e a cobrança bate forte

Não é febre nem virose
Um lapso de sanidade
no paraíso tropical

A política é ruim
A mídia não ajuda

Racha pra esquerda e direita
A galera confusa à espreita
E a incompetência não perde
uma chance de errar

Balbúrdia, algazarra melódica
Fogo no galinheiro
Casa da mãe joana
Festa no puteiro

Contra o falso messias
Contra misogenia e homofobia
Militares e suas hierarquias 

Se falta a empatia
Vai no mínimo contra a farsa, 
Displicência e ignorância
Falta de competência e confiança
Te enganaram, desculpa falar.

Simbora cambada de despatriado
a liberdade há de cantar

Não queremos armas de fogo
Vidas negras estão em jogo
50 mil homicídios por ano
a conta quem vai pagar?

É só a fé na desordem 
que me faz acreditar
que dias melhores virão

Boca na trombeta
Vaca de divinas tetas

Bozo sem graça
piada de mal gosto

Bolsolixo, boca de esgoto
filho do capiroto

volta pro seu lugar

Vai passar pela avenida
a balbúrdia unida

O sol há de brilhar

sábado, 11 de maio de 2019

Abacate salgado

dormir em cima da capa do violão
cantar a música do Sabiá
ouro Preto, morro da forca
saudades de quando estivemos lá

velho barreiro com limão
frio de noite, lua nova
contar dez vezes a mesma história

ainda hoje eu tenho
aquela blusa listrada e xadrez
saudades de vocês
dividir um colchão de casal para três
dormir as seis e acordar

ao meio dia com embriaguez
feijoada no café da manhã
cantar uma tarde em Itapuã
mas a versão do Catra, de Amsterdã

ali comi pela primeira vez guacamole
em uma festinha de republica
que viagem, abacate salgado




O que eu queria ser e não sou

O que gostaria de saber e não sei

Paixões confusas

O que queria ter e não tenho

O que eu queria saber dizer e não sei, falta

faltam me as palavras, as cores, o som e tudo nasce e morre dentro de mim 

Eu não sei mais falar língua nem uma

Escrevo cartas, tenho medo de esquecer, me pergunto onde estão as pessoas que estavam ali comigo

Nada será como antes 

Tudo bem

Eu gosto de ler um poema antigo

Ponho a culpa nos outros

Me comparo, ouço musica emo

sinto inveja, remorso...

A pia cheia de louça, a roupa na maquina pra estender

Eu sonhei que estava no Brasil, com os meus primos, meus tios

Acordei de mal humor, fui grossa e ninguém o merecia

Agora estou sozinha, contagiada com o meu existencialismo

O poema acaba

Eu quero que acabe, eu quero dizer, o que não sei dizer e fazer algo que faça sentido




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Muitas pessoas tem em si um interior
Eu tenho Sao Paulo.