quinta-feira, 24 de abril de 2014

A aventura de Mariana para desvendar o funcionamento dos objetos.



Carro, televisão, chave, panela de pressão,
Caneta, borracha, tudo funciona feito mágica.
Mas... Não! Essas coisas não são encantadas
Pois seu funcionamento tem explicação!

O lugar da magia era nos livros,
no coração das crianças,
na ponta das varinhas,
e na flauta de um músico viajante.

Poderia Mariana, como muitas outras crianças,
Aceitar usar de tudo, sem saber de onde vem,
Como vem e por quem é feito?  Como se as coisas
Surgissem nas fábricas como mágica?

Essa fantástica fábrica onde tudo acontece como mágica
Só existe em um livro ( e em dois filmes)

Mariana sabia que existia em cada objeto
Um processo secreto, que ela não conhecia.
Como a voz passa pelos fios de telefone?
Como se faz uma fotografia?

Ela decidiu que só usaria algo se entendesse como funciona.
E é a partir desse desejo de entender o mundo que a cerca,
Que começa a aventura de Mariana para desvendar o funcionamento dos objetos.

Sua prima Dorotéia, era boa de ideias,
Estudava física todo o dia,
E de noite trabalhava numa bicicletaria.
Ela ensinou para Mariana, como funcionavam as bicicletas
E com seus pés girando os pedais, que movimentavam as correntes,
E que faziam girar as rodas ela viajou o mundo.

Foi atrás do Sr. Sabrichão, um homem que sabia de tudo
Não era um velhinho simples que viva na montanha,
Era muito rico e milionário, vivia num palácio,
em um pais que ficava na metade de cima do mapa.

Muito antes do meio do caminho, furou o pneu.
Teria Mariana que voltar caminhando, ao sol exposta,
Sem  conseguir nenhuma resposta?
Não, Ela não desistiu,

Fechou os olhos força,
E desejou muito poder continuar, e então ela viu
um par de assas para bicicletas,  e conseguiu toca-las
e traze-las para o mundo real, vestiu as asas em  sua bicicleta
e sua viagem então foi pelo céu.

Não seria contra a regra usar de magia,
por que é a única coisa,
que todo mundo sabe que não tem mesmo explicação,
e essa é a explicação.

Chegando ao Sr. Sabichão, ficou um pouco decepcionada
Ele queria comprar seu par de asas e entender como elas funcionam
Para montar uma fábrica no México,
e gastar todo dinheiro que ganhasse em cosméticos,
para não envelhecer.

O Sr. Sabichão disse que não poderia lhe ensinar
como as coisas vinham a funcionar,
Porque se todo mundo soubesse tudo,
ninguém iria comprar nada das fábricas dele,
porque iriam fazer tudo sem casa!

Então Mariana pegou sua bicicleta e voou de volta ao Brasil.
Deixou pra lá essa história de Sr. Sabichão.
Decidiu seguir o caminho da educação,
Estudou ciências e virou professora

Mariana ensinou seu alunos a fazerem as próprias coisas,
(que pudessem e quisessem fazer), e o que fossem comprar
deveriam entender, como é feito, de onde vem e por quem é feito,
Para não enriquecer cegamente
Os bolsos e as vaidades de um Sr. Sabichão.

domingo, 20 de abril de 2014

Veias Abertas II


Eu gostaria de estar em Bogotá,
mas antes das Bombas.

Eu queria mesmo uma praia de sal na Bolívia,
e que os Bolivianos não tivessem motivos para sair de lá,

Apenas se quisessem,  ou se estivessem apaixonados

Quero de São Paulo,
a chuva fina.

Quero uma feira livre brasileira em Havana,
e gente cubana pelo mundo inteiro ( que bom que iria ser!)

Eu quero conhecer o Uruguai, as Guianas, as ruas chilenas em chamas,
as quero aqui roucas por gritar a luta.

E quero que morra com ouro sul americano soldado no rabo o imbecil que chama nossa América de atrasada e que inventou que estamos a baixo.

A BAIXO ESTÁ SEU CU DE DESGRAÇADO!

Viva o povo brasileiro, venezuelano, equatoriano,  peruano e todos os povos que foram obrigados a ter medo da sua língua para aprender uma outra língua porque deus quis.

Viva as epistemologias do sul!

Viva o povo que teve que abandonar sua cultura!

Avise suas crianças:

A pobreza não está escrita nas estrelas,

nem no nosso planeta, é só virar ao contrário e inverter as letras.

o seu bobô, o seu bebê

não tem em português, palavra certa pra não te perder,
não tem em finlandês, nem na língua que se fala na Croácia

eu estou pensando em morrer,
estou pensando em me mandar,
pra casa da minha mãe.

eu estive pensando os lugares,
que eu estive com você,
porque eu não consegui aprender o caminho para voltar sozinha?


o que eu gostava era de te ver,
de pijamas abrindo o portão,
você se lembra? então eu...

eu quero morar com você
naquela antena de TV

perto das estrelas
e das palavras de mil amantes do Bom Retiro, da Bolivia, de Marília, de Brasilia, ou do lugar onde houve no idioma uma palavra que possa te convencer,

que eu sou o seu bebê.
que sou mais que sua amiga,
sou sua amada,
sua queridinha, sou o seu bobô,
sou o seu bebê, procuro uma palavra, que possa te convencer,

que eu sou o seu bebê

Veias Abertas I

Eu quero me mandar.
Avise a Guy Debord que eu não vou ser mais uma burguesa degenerada que envergonharia até a Fausto
por um preço tão baixo.

a pobreza não está escrita nas estrelas

nem no nosso planeta.
é só girar ao contrário,
e inverter as letras.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

do amante italiano

afogo a saudade em um prato de macarrão
com parmesão.

como diria minha velha vovó: mais vale macarrão com queijo,  do que amor sem beijo.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O chapeuzinho branco


O olhar pode ser mais profundo que o fundo do mundo,
ou mais raso que o fundo de um prato raso.

O olhar significa, e na terra não há objeto que exista
(profundo ou raso)
sem o olhar.