domingo, 17 de janeiro de 2016

as vezes, o inexplicável se opera nas coisas simples
resta saber calar-se

a vida é grande

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Pronome oblíquo

não quer sentir-se exposto
descompreendo o nas palavras

tento somar os significados
que apreendo entre os desatinos

vou buscando proteger te
nos desejos mais puros do extinto

procuro o, caço no quarto escuro os olhos desnudos
durante o momento mais íntimo

pronome oblíquo dos meus segredos...
engulo o ciúmes e a vontade de dizer

pra dar espaço aos nossos caminhos
suprimo

algo te perturba no estado suspenso?
te conforta ou desconforta o silêncio?

repousa suave sobre o contra-senso
e vamos amando sem pensar

vejo-nos no espelho
fico curiosa para saber como éramos 

para saber se erramos
ou se levamos jeito 

no mais, caminho pisando em ovos
tentando expandir a fronteira com as pontas dos dedos

eu vou tentando barganhar seu limite 
com todo carisma dos meu sentimentos

eu vou com palavras doces
eu vou e guardo seu nome em segredo

um apelido ainda não encontrei
em todo caso, não responda nunca, meu amor

a qualquer um na rua, que lhe cruzar o destino,
e lhe chamar

pelo pronome oblíquo.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Nostalgia em atraso (2015 foi um ano bom)

A garantia da máquina de lavar já venceu, precisa trocar o filtro, de novo, nos dias mais quentes alguns cupins tímidos se aproximam, quero trocar de chuveiro, por um que não pingue depois que fecha, mas também que seja maior e mais gostoso, os batentes das portas não resistiram bem à água. O TCC que era um mar de expectativas se concluiu, ao contrário do que pareceu no processo, da maneira como eu sonhava.  Mudei de casa e no dia da mudança apresentei meu namorado para minha mãe. Exatamente agora acabo de me despedir dele na porta de casa. Despedir assim, até daqui a pouco. Passou um ano. Continuo perdendo as minhas coisas, de novo o RG. O coração anda mais apaixonado do que nunca. Ganhei dinheiro fazendo arte e ensinando coisas. Uma nova paixão. Um ano, passou um ano que eu mudei, acabou a faculdade, um ano trabalhando na Mudança de Cena, eu e ele estamos juntos, mais um ano, cheios de amor, passou por mim e pela Débora o sorriso de um número agora incontável de crianças... E o que mais eu não sei. Do próximo ano eu não sei, nem o que eu quero ser, ou saber, com quem quero estar, onde. Não sei. Sei que 2015 foi um ano bom.

Segue uma foto do meu primeiro dia na casa nova.