segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Feliz Ano Novo II
nem o mesmo rio
nem o mesmo homem
em outras folhas
sentimentos escorrem, feliz ano novo
como correm os dias
como correm os olhos sobre os ponteiros
feliz ano novo, uma outra paisagem
para um filme mesmo
feliz ano novo
bom ano, seja melhor esse ano
seja bom, para quem quer que seja
seja bom para as folhas do calendário
eu estou cada vez mais viva
eu estou cada vez mais
mais perto de respirar
o instante seguinte
de pirar entre ponteiros
e não conseguir contar o tempo nos dedos
feliz ano novo
feliz plano e meta
escreva numa folha de calendário
faça um avião de papel
para o céu, mastigue
engula ou vomite
o tempo não parou
ainda dá pra aprender a amar
gigante, viva, mundo
moinho, peão, o tempo não parou
nem meu coração, tá escutando?
feliz ano novo
feliz cabelos mais longos
feliz mais profundos poros na pele
já passou, pronto, não arde
grita felicidade, ou sua espera
grito sem medo a vontade
peço pela nova primavera, em tão seus
porém outros, novos anos.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Hoje eu amanheci mais velha.
Acordei antes do sol, entre nuvens que não desenhavam bicho nenhum, em úmida e muda três horas e trinta. Eu não deveria estar acordada, mas meu coração quer pular do parapeito. Bebi água da pia, fumei um cigarro, e outro em seguida, e chorei. Fiquei escorrendo e escutando a agulha da vitrola (que está quebrada) riscando o nome das faixas do lado B.
Deixei um xixi no banheiro, experimentei alguns lugares do sofá, dei um oi pro resto da pizza, para um pêssego e, por fim, para um copo de leite. Fiquei pela casa escorrendo, nem sangue, nem gozo, eu chorei.
E não voltei para cama..
O sol nasceu um girassol e (você não vai acreditar, mas) agora ele me segue por todos os lugares que eu vou.
Hoje eu acordei in crível
domingo, 23 de dezembro de 2012
Sinto
Sobre os meus passos, pingam pingos que pingaram sobre o guarda chuva.
sinto muito
Estou com a sensação de ter esquecido alguma coisa importante
Talvez uma caneta, uma caderneta, cruzar as pernas, um pote de ouro ou meu coração...
sinto muito não poder te olhar nos olhos, é que eu não tenho tanto amor assim.
Eu estou por toda sala, por toda a mesa, por toda a rua, no chão entre os pingos da chuva
estou deixando por ai os meus pedaços
estou deixando minhas vontades em cacos
pode sangrar.
sinto muito por não poder ter tanto.
.. mas palavras também fazem gozar
gritam, submetem.
descaradas!
podem sangrar...
sinto muito
Estou com a sensação de ter esquecido alguma coisa importante
Talvez uma caneta, uma caderneta, cruzar as pernas, um pote de ouro ou meu coração...
sinto muito não poder te olhar nos olhos, é que eu não tenho tanto amor assim.
Eu estou por toda sala, por toda a mesa, por toda a rua, no chão entre os pingos da chuva
estou deixando por ai os meus pedaços
estou deixando minhas vontades em cacos
pode sangrar.
sinto muito por não poder ter tanto.
.. mas palavras também fazem gozar
gritam, submetem.
descaradas!
podem sangrar...
Sem título
as estrelas são
sinalizadores de avião
entre a neblina, transitam:
medo e culpa...
e em tamancos,
putas.
o portador das mãos que me confundiram com outra pessoa se despediu da minha sombra sem cerimônia
"desculpe, eu não sou o que pensa que..."
tudo bem, é noite e todos os gatos são pardos.
outra vez mesmo era eu
sem poder haver
eu que te tirei o pau pra fora no meio da rua, lembra?
em baixo da lua, mas sem poder a ver
neblina...
sábado, 22 de dezembro de 2012
da série: Poemas que escrevi de rosa.
vamos morar na mesma casa?
pode ser cada um com seu quarto
se tivermos um gato
você pode escolher o nome
prometo que mesmo passando o tempo
não reclamo do seu beijo com gosto de café
posso também escovar os dentes
depois de tomar leite
posso esperar que você se deite
pra dormir depois,
posso cozinhar couve flor com arroz
pra nós dois.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Poema Conto 2
Quando era criança eu escrevia
meus segredos e as coisas que eu sentia
no estrado em baixo da minha cama.
pensando que outra pessoa,
que também não tivesse para onde fugir
poderia se distrair com as minhas histórias
ou com minhas poesias.
Eu cresci, e até hoje sou a única que conheço
que gasta o tempo em baixo da cama,
Aos oito anos me mudei e troquei os móveis do quarto,
apaguei tudo que ali havia
com medo de que na mudança, se lesse da minha vida
aquela história era pra alguém que se escondia
alguém que tivesse medo,
mas também coragem de enfrentar sua própria companhia,
de encontrar a si mesmo
em baixo da cama, sem esperar esse alguém encontraria
um refúgio entre pensamentos sozinhos
Eu ainda choro,
mas acho que aprendi a me distrair
com o desenho da madeira do estrado
ou eu desisti de encontrar outra pessoa
com o mesmo medo e vontade que tinha
minha letra de forma em canetinha
no estrado, em baixo da cama.
as paredes sabem
sentir, lembrar, gemer,
gritar.
as paredes sabem torturar.
Entre tangíveis linhas.
Entre estruturas paralelas
as paredes sabem espremer, feito suco de laranja, meu coração.
gritar.
as paredes sabem torturar.
Entre tangíveis linhas.
Entre estruturas paralelas
as paredes sabem espremer, feito suco de laranja, meu coração.
a flecha preta
estou desfeita, corroída,
mordida, ainda crua,
ainda viva.
estou sangrando sentimentos
que se confundem entre gozo e sangue
entre nossos flúidos de amor no lençol vermelho
e nossos corpos no espelho, ao lado da cama
por que você não me ama?
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Da série: Poemas que escrevi de rosa
Queria te assoprar uma nota.
Queria te cantar um carinho.
Em doces palavras.
Queria que fosse rouco
Queria que fosse pouco.
Mas mesmo assim bom tanto,
Pra você não esquecer o quanto,
Eu te quero bem!
Queria te cantar um carinho.
Em doces palavras.
Queria que fosse rouco
Queria que fosse pouco.
Mas mesmo assim bom tanto,
Pra você não esquecer o quanto,
Eu te quero bem!
domingo, 2 de dezembro de 2012
Vidro e Vinho
Sua boca e o copo
Ensaiam um encontro
Para o tempo, doce trajeto.
Uvas verdes
Em vidro transparente
Seu batom, enfim, conhecem
Carimba o copo
De vermelho vivo
Tinge o vidro num beijo opaco.
sábado, 1 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Reinventei uma lembrança
Come a salada primeiro, depois eu trago o peixe. Eu nunca como peixe. Minha mãe tem nojo de limpar peixe. Meu pai que fez o peixe, está quente, por que vocês estão rindo? A cabeça do peixe, quem vai comer a cabeça do peixe? Não brinca com a comida, deixa a cabeça do peixe. É assim que se faz peixe assado. Minha mãe não faz assim, tem macarrão com salsicha? Experimenta o peixe. Com cabeça não. Minha mãe diz que comer o cérebro do peixe é bom, porque tem fósforo. Por isso que você ficou assim. É sério, acho que mais gente faz isso. Eu não quero o tomate que ficou perto da cabeça. Ele disse alguma coisa? Ela pegava pra mim com um palito de dentes. Hoje eu vou comer, mas semana que vem a gente almoça pastel, não é por nada, mas sua casa é longe. Você não vai comer o cérebro na nossa frente, promete?
domingo, 25 de novembro de 2012
Poema conto
Dormi ao lado de um homem.
Dormi com um homem que tinha uma lágrima.
Estava seca, mas ainda chorava.
Estava seca, mas eu provei e era salgada.
Eu provei, era uma lágrima mesmo.
A luz estava acesa, pude ver.
Seus dedos estavam entre os meus.
Minhas pernas entre as suas.
E entre um céu de sons,
eu procurei mas não ouvi,
a lagrima cair.
Eu conseguia ve-la se desfazer,
em meu rosto e pelo lençol,
em sua face branca sobre o travesseiro.
Dormi ao lado de um homem,
com a mais justa maquiagem
feita em um traço.
No meio da noite o vi de costas,
e seu corpo sugeria um abraço.
Que me custou todo amor que tinha para dar,
e o que não tinha, também.
Eu pude te dar o que nunca tive espaço para dar.
E pude experimentar um tempo que não é meu.
Eu dormi ao lado de um palhaço.
Dormi com um homem que tinha uma lágrima.
Estava seca, mas ainda chorava.
Estava seca, mas eu provei e era salgada.
Eu provei, era uma lágrima mesmo.
A luz estava acesa, pude ver.
Seus dedos estavam entre os meus.
Minhas pernas entre as suas.
E entre um céu de sons,
eu procurei mas não ouvi,
a lagrima cair.
Eu conseguia ve-la se desfazer,
em meu rosto e pelo lençol,
em sua face branca sobre o travesseiro.
Dormi ao lado de um homem,
com a mais justa maquiagem
feita em um traço.
No meio da noite o vi de costas,
e seu corpo sugeria um abraço.
Que me custou todo amor que tinha para dar,
e o que não tinha, também.
Eu pude te dar o que nunca tive espaço para dar.
E pude experimentar um tempo que não é meu.
Eu dormi ao lado de um palhaço.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Um samba guardado
Canção para peça " Bendita Geni"
TIGRÃO
Vou deixar
nosso amor de lado, mas não esquecido, guardado...
(entra a canção: Guardado)
Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Mas esquecido não,
Eu vou deixar guardado.
Escute, por aqui está tudo calmo, eu ando bem,
Eu não quero amor,
eu não quero dinheiro,
eu não preciso viver muitos dias,
Já me basta você,
Que é toda poesia
No purgatório das lembranças
Ela quem vai dizer,
“Guardo-te entre as memórias boas ou ruins?”
Ela quem vai dizer,
Se ela quiser que passe, passou.
Se ela pedir pra voltar, eu vou.
Ela quem vai dizer,
“como quer, meu amor, que eu lembre de você?”
Mas por enquanto fica assim,
Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Guardado.
Quando ela chega
a certeza me visita
Meu corpo à deseja
Por toda vida
A mais bela lembrança,
A mais querida.
Um pensamento que é só afeto
Um sorriso discreto
Por todos os meus dias
Se
ela quiser que passe, passou
Se ela pedir pra voltar, eu vou.
Mas por enquanto eu deixo assim,
Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
domingo, 18 de novembro de 2012
Por um triz
Canção para a peça: Bendita Geni
GENI.
(entra a canção: para sempre por um triz)
Canto como quem chora
com a voz do desencanto.
Quem já sofreu o amor,
entende esse pranto.
Mas eu não posso amar,
o amor não é pra mim,
o amor não me aceita
enquanto for assim.
Eu queria ser:
O voo da asa,
A flor da raiz,
O todo da parte,
A atriz do aparte
ser antes quem eu sou
do que aquilo que fiz.
Mas eu sou menos que o caso
a amante do caso
eu sou a meretriz
um encontro ao acaso
"pra sempre por triz"
Eu sou um beijo ébrio
na sua madrugada
escondidos entre a escada
em um abraço longo,
que encerra-se em si
Sou um noite inteira
que como brincadeira
não teve importância
E o novo dia esquece
aquilo que vivi
Eu me fiz a sombra
era o que podia ser
para ser feliz
enquanto a noite fosse.
Mas quando é dia (é dia)
o gato preto é preto
e o erro é erro
a esposa acorda
a amante espera
e a puta chora
A travesti não sabe
se ela acredita
que foi sua vez
que seu amor se fez
se foi sonho, outro sonho
ou se foi mentira.
Se chegou a
tempo
Para sua
vez.
(Fim da Canção)
ô nega
Ô nega, você aperta direitinho, essas tranças no cabelo
aperta direiinho, meu abraço quando eu chego
aperta direitinho o cigarrinho do preto.
Não nego, não tenho te amado direito,
e não volto pra casa tem uns dias
mas é só de saudades que se faz esse peito
que não sabe se canta ou se chora
a falta que cê faz na minha vida, ô nega.
Ô nega, você aperta direitinho, essas transas no cabelo
aperta direiinho, meu abraço quando eu chego
aperta direitinho o cigarrinho do preto.
domingo, 11 de novembro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Lenda
Entre as portas
e o desenho das linhas
estão seus olhos, que fitam:
Além da porta;
Além da linha;
Além dos meus olhos
e do que pode escrever minha caligrafia
e o desenho das linhas
estão seus olhos, que fitam:
Além da porta;
Além da linha;
Além dos meus olhos
e do que pode escrever minha caligrafia
terça-feira, 23 de outubro de 2012
de volta a borboleta sem motor
Borboleta sem motor
Caio por algum lugar
Eu paro, abraço, aceito, escuto e espero
Na sua linha
Vou contra a(o) alto
Me sinto no céu enquanto Caio,
Me sinto objeto do seu olhar, soslaio.
Me sinto sua enquanto Caio
Borboleta de asas mudas,
Caio na sua, na sua cama.
"como se fosse a última",
como se eu fosse a única
Caio por algum lugar
Eu paro, abraço, aceito, escuto e espero
Na sua linha
Vou contra a(o) alto
Me sinto no céu enquanto Caio,
Me sinto objeto do seu olhar, soslaio.
Me sinto sua enquanto Caio
Borboleta de asas mudas,
Caio na sua, na sua cama.
"como se fosse a última",
como se eu fosse a única
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
mensagem de saudade
Tenho vontade de te escrever
embora nada tenha a dizer..
não espero ter,
não preciso de momento certo,
ou fazer de assuntos oportunidade
pra escrever uma mensagem
que me faça sentir mais perto.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Sim
Eu quero assim passar os dias,
quero que eles passem por mim.
Eu não preciso ser uma promessa
não preciso estar por vir.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
"O amor na prática é sempre ao contrário"
É numa úmida manhã,
ser a vizinha do seu sorriso deitado,
ser o corpo que seu corpo esquenta,
a primeira história que a lembrança atenta.
Dividir a luz da mesma janela,
que antes trazia a noite,
agora acorda e revela, como é viver.
Segura minha mão, o medo não dorme.
Se puder ouvir sua respiração, gozar ficará mais fácil.
Guarde pra mim suas primeiras palavras,
também as últimas, enquanto se revezam os dias.
Deixa minha voz preencher a sala,
como minhas letras preenchem o vazio dessas linhas com carbono e poesia.
Deixa meu corpo encostar na sua calma,
como se eu acreditasse, por um segundo, (ou por uma noite)
que é possível ser feliz.
domingo, 30 de setembro de 2012
é tudo ou, talvez, outra parte, já que a parte é parte sem o tudo mas o tudo não é tudo sem a parte e nada é sempre algo, mas outra coisa, que nem aquele tudo ou parte. II
O homem é o ovo do homem.
O açúcar é doce, o céu é salgado.
Os outros são os outros e o inferno é o inferno.
Ser a consequência inevitável de si mesmo.
Me pergunte quem não sou então e me diga para mudar.
tudo ou talvez outra parte
O papa é pó
O pop é papa
A papa em pó
A água em pó
O pó não poupa ninguém
do pop vieste ao pop retornarás
E que o papa vá pra a puta que o pariu.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O que, naquela direção, me chamou olhos:
O barulho dos sapatos dela,
todo o bonito que tinha seu rosto,
o que havia de outro, de louco,
de tempo, de torto.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Terça Feira
"Hoje te vi de longe,
rapidinho entre o vento,
dobrando uma curva entre mim e o tempo,
por tavez menos de um segundo,
mas ainda assim, inconfundivel aos meus olhos."
rapidinho entre o vento,
dobrando uma curva entre mim e o tempo,
por tavez menos de um segundo,
mas ainda assim, inconfundivel aos meus olhos."
Eu não quero ficar pra ver.
Porque todo posto,
tudo isso,
já foi visto.
não tem nada à ser,
não tem nada por fazer.
esses sentimentos já nomeados,
essas cores nos copos, já provados,
Porque todo posto,
tudo isso,
já foi visto.
não tem nada à ser,
não tem nada por fazer.
esses sentimentos já nomeados,
essas cores nos copos, já provados,
e esses cigarros nas mãos,
são: O tanto que são;
O sempre que são;
O mesmo que são;
que sempre foram, e sempre serão.
Medo vestido de amor
Vontade vestida de rima.
são: O tanto que são;
O sempre que são;
O mesmo que são;
que sempre foram, e sempre serão.
Medo vestido de amor
Vontade vestida de rima.
sábado, 1 de setembro de 2012
Despedida da Prosa - Treze de Maio, 188
Arrancaram a revolução das paredes, e para as paredes ficou a sombra, para as paredes, algumas letras, entre outras... Intermitente essência.
Sustentadas pela história e sobrevivendo a despedida, as paredes ainda sólidas, recebem um novo tempo em novas vidas. Sobre um velho ideal se escreveu um presente, que não prometia glória nem mudança, que se encerraria no agora sem pensar em lembrança.
Arrancaram a revolução das paredes, e para as paredes ficou a sombra, para as paredes, algumas letras, entre outras... Intermitente essência.
Sustentadas pela história e sobrevivendo a despedida, as paredes ainda sólidas, recebem um novo tempo em novas vidas. Sobre um velho ideal se escreveu um presente, que não prometia glória nem mudança, que se encerraria no agora sem pensar em lembrança.
Despedida do Castelo de Papelão – Treze de Maio, 266
O arquiteto disse não
saber por quanto tempo a estrutura ( que era móvel sobre uma carroceria)
ficaria no Bexiga, porém já adiantou que pretendia vender o imóvel o mais breve
possível, aproveitando, é claro, o bom momento na cotação da sucata.
Também disse, que na verdade, queria o vender logo porque teria problemas pra manter o castelo ali, porque o terreno não era dele e não sabia ao certo a quem pertencia.
Também disse, que na verdade, queria o vender logo porque teria problemas pra manter o castelo ali, porque o terreno não era dele e não sabia ao certo a quem pertencia.
E sobretudo, se não esvaziasse a carroça, de maneira breve,
não poderia no dia seguinte pensar em outro castelo, não poderia pensar pensar
em outros papeis, papelão e sucatas, logo não poderia pensar em pão, em água,
ou cachaça.
Despedida da Cama - Treze de Maio, 102
'Casa com novo conceito, internet rápida, cabines privativas, sigilo absoluto (onde se entra e fecha a porta)', -Entre tantos quartos de hotel, entre tantos braços, pernas e bocas, tem quem prefira destinar, um tempo, um dinheiro, algum gozo e amor à um computador de... - E nessa palavra interrompeu seu dizer.
Despedida da Cama - Treze de Maio, 102
'Casa com novo conceito, internet rápida, cabines privativas, sigilo absoluto (onde se entra e fecha a porta)', -Entre tantos quartos de hotel, entre tantos braços, pernas e bocas, tem quem prefira destinar, um tempo, um dinheiro, algum gozo e amor à um computador de... - E nessa palavra interrompeu seu dizer.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Treze de Maio, 188 ( Síntese)
Arrancaram a revolução das paredes,
e para as paredes ficou a sombra,
para as paredes, algumas letras,
entre outras, intermitente essência.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Treze de Maio, 188
Arrancaram a revolução das paredes,
e para as
paredes ficou a sombra,
para as
paredes, algumas letras, entre outras...
Intermitente
essência.
*
No bar do Alemão;
Na Casa do
Norte;
Na Cantina
Italiana;
E na Lojinha
do Chinês;
Todos falam
alguma mesma língua.
*
Diária -
R$15,00
Semana –
R$78,00
Mês – R$250,00
Mês – R$250,00
Três Meses
– R$600,00
Seis Meses –
R$1000,00
*
*
Água, luz,
correio e campainha nos fundos.
*
Castelo de
Papelão é construído na Treze de Maio.
O arquiteto
diz não saber por quanto tempo a estrutura ( que é móvel sobre uma
carroceria) ficará no Bexiga, porém já adianta que pretende vender
o imóvel o mais breve possível, aproveitando, é claro, o bom
momento na cotação da sucata.
*
*
Profissionais
do sexo perdem clientela para Lan House.
Casa com
novo conceito, cabines privativas, sigilo absoluto (onde se entra e
fecha a porta), atraí os novos e até os mais tradicionais
consumidores de pornografia
*
Nota-se
Forte Presença de novos espaços culturais alternativos no bexiga.
Boa localização, fácil acesso e alugueis relativamente acessíveis,
atraem novos artistas.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Eu descia e você subia,
foi um oi entre as escadas rolantes
que sugeriu uma pequena volta na trajetória.
Conversei,
entre três e cinco minutos,
com seus olhos.
Profundos o suficiente para me deixar só pensar em estar neles.
Diante da noite,
da sua fronte
e de uma segunda coincidência,
deixei uma conversa conversar até as palavras se despedirem,
até minhas pernas me levarem.
Tem alguma coisa de mim no Anhangabaú até agora,
minhas pernas me levaram pelo caminho de volta
e no metro escrevi um poema.
foi um oi entre as escadas rolantes
que sugeriu uma pequena volta na trajetória.
Conversei,
entre três e cinco minutos,
com seus olhos.
Profundos o suficiente para me deixar só pensar em estar neles.
Diante da noite,
da sua fronte
e de uma segunda coincidência,
deixei uma conversa conversar até as palavras se despedirem,
até minhas pernas me levarem.
Tem alguma coisa de mim no Anhangabaú até agora,
minhas pernas me levaram pelo caminho de volta
e no metro escrevi um poema.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
melhor.
Não há discurso que contemple o que sinto.
Qualquer poesia, insuficiente seria.
Porque a tinta não corre como sangue quente,
e o papel não é como sua carne macia.
Escrevo, incansável, em sua pele, osso, coração e face.
Mas não há prática que encerre minha vontade.
Porque o contato fortalece o laço,
e quanto mais apertado, mais quero estar dentro,
quanto mais adentro, mais encontro espaço.
Para ocupar com o sentimento que se dispõem no meu melhor,
sentimento que me compõem e não cabe em um só.
Qualquer poesia, insuficiente seria.
Porque a tinta não corre como sangue quente,
e o papel não é como sua carne macia.
Escrevo, incansável, em sua pele, osso, coração e face.
Mas não há prática que encerre minha vontade.
Porque o contato fortalece o laço,
e quanto mais apertado, mais quero estar dentro,
quanto mais adentro, mais encontro espaço.
Para ocupar com o sentimento que se dispõem no meu melhor,
sentimento que me compõem e não cabe em um só.
a poesia não poderia.
porque a tinta não corre como sangue quente
porque o papel não é macio como a carne
porque o papel não é macio como a carne
Eu amo você.
Eu não queria fazer um poema
Eu só queria dizer que amo você.
Sem precisar escrever " Eu amo você"
Eu só queria dizer que amo você.
Sem precisar escrever " Eu amo você"
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Amor não com(tem), tá? (ou hipóteses para o amor)
Amor não com(tém), porque se tem não é amor.
Amor não contém glútem (amor por amor a paçoca mais convém).
Amor não re(tém), porque o que re(tém) um dia já teve,
(e como já disse) Amor não com(tém).
Amor não contém glútem (amor por amor a paçoca mais convém).
Amor não re(tém), porque o que re(tém) um dia já teve,
(e como já disse) Amor não com(tém).
Você se esqueceu da rita,
http://www.youtube.com/watch?v=NLjIPbBaNY4
Você se esqueceu da rita,
logo você que tanto cantava essa fita,
se fez volúvel, se fez atroz,
ao dar a outras músicas, sua voz,
cantou em outras letras, outras amigas,
tocou outras notas e outras meninas.
Saiba que a Rita percebeu,
e se sente menos bonita, se sente menos querida
se sente menos saudade, se sente menos melodia.
Mais longe da sua voz, mais longe da sua mão,
mais longe da sua boca, mais longe do violão.
Você se esqueceu da rita,
logo você que tanto cantava essa fita,
se fez volúvel, se fez atroz,
ao dar a outras músicas, sua voz,
cantou em outras letras, outras amigas,
tocou outras notas e outras meninas.
Saiba que a Rita percebeu,
e se sente menos bonita, se sente menos querida
se sente menos saudade, se sente menos melodia.
Mais longe da sua voz, mais longe da sua mão,
mais longe da sua boca, mais longe do violão.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Versos Empanados
Volto da praia
com uma única certeza:
Adentro minhas calças,
pinto à milanesa
com uma única certeza:
Adentro minhas calças,
pinto à milanesa
Marcadores:
Poesia aspirante Poema,
Prosa Ruim Inesperada,
Reflexões limitadas
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Poema escrito pela menina de 12 anos que mora em mim . (ou "Poema que escrevi de rosa")
Sua Imagem
encontra minha memória,
e meu
coração não quer caber na noite.
Não tem sono
pra o travesseiro.
Não tem
certeza para calma.
São só
saudades pro meu peito,
de
lembranças que alimento.
E tudo isso reforço, enquanto abraço forte,
o calor
dessa cobertinha.
Fechando os
olhinhos, e pensando em você.
bom negócio, isso e ócio.
Fico
pensando na caligrafia do bilhete
que vai
acompanhar o presente - que te trago de
viagem,
Com o mesmo
carinho que vou escolher a cor da calcinha no próximo encontro.
Porque eu gosto de você Pt IV (ou" O que é que O Carioca Tem"
Tem o beijo gostoso
O meio
sorriso
O braço
forte
Os
olhinhos que dizem sim
... e aceita o apelido de cama.
Porque eu gosto de voce Pt III (ou "O que o Carioca Tem?)
Tem um lugar pra mim em sua solidão
e também um colchão onde cabem dois.. (daquele jeito)
Porque eu gosto de vc PtII (ou" O que o Carioca Tem")
Você tem mãos
de homem,
que seguram
bem - todo meu desespero
Porque eu gosto de você PtI ( ou "O que é que o carioca tem")
Tem o mínimo
de tempo para ler meus poemas
E o mínimo
de paciência para respondê-los
Sem poder haver
A noite se via
entre amigos, mas a suas mãos de encontro com as minhas coxas, me obrigaram a te
convidar para um passeio mais íntimo.
Foi depois de dobrar talvez duas
esquinas, te vendo correr atrás de mim, respirando rápido e com o corpo quente,
que te empurrei contra uma parede, ( ou era uma banca de jornal?) te encostei
os lábios e te tirei o pau pra fora... Você me dava beijinhos enquanto
procurava no meu corpo, lugares para suas mãos e vontades...
No meio da
madrugada, no meio da rua, no meio do role, em baixo da lua, sem poder haver.
domingo, 15 de julho de 2012
Efeitos de Libertinagem e Estrela da Manha
Sem me preocupar com as curvas, com as casas ou com as referências entre as estacas
Eu vou cantando por essa estrada,
pensando que Manuel Bandeira concordaria comigo,
se eu dissesse que toda criança tem direito a um porquinho da Índia.
Carta em Versos Para Carolina
Carol, tem um poema,
De um Manoel bandeira,
que me fez pensar em você,
que me fez lembrar de você.
Fez pensar em um tempo
que eu ainda não
estava acostumada
com a sua cara,
caríssima, carol
Carol,
Não pense que agora só é querida,
Não pense que agora só é querida,
por causa do beijo que você deu,
(... não é só isso... )
Você também se contentou com um desenho feio,
Você também se contentou com um desenho feio,
isso é importante... mas tem mais,
Entre motivos
perdidos na sua agradável companhia, na sua simpatia
está o fato de você
ser linda mesmo, é.. é
mesmo muito bonita...
(Posso confirmar em um milhão de fotos e fatos..).
.. Por isso não
escute os caretas,
nem os libertinos
demais,
não escute conselhos
de ninguém,
você é bonita também porque sabe o que faz, você sabe fazer
.. tem feito as coisas bem...
Acho que você vai gostar desse poema, porque aqui eu me
sinto bem... Aqui é lindo,você ficaria bem nessa paisagem, haha, ficaria sem
duvida engraçada, faria careta com uma vaca, ou abraçaria um bezerro fazendo os
olhos carinhosos...
Espera um instante, eu vou comer outra laranja...
( o poema do Manuel
bandeira é “namorados” pede depois pra eu te contar a história do meu pai sobre
esse poema)
Visita
Não acontecerá o dia,
que vou chegar pra esse canto da bahia
e meu avô estará esperando em casa,
Casado com a enxada, vai estar vozinho, vai estar sozinho
fazendo companhia pra terra, algo entre plantar e colher.
que vou chegar pra esse canto da bahia
e meu avô estará esperando em casa,
Casado com a enxada, vai estar vozinho, vai estar sozinho
fazendo companhia pra terra, algo entre plantar e colher.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Terça-Feira
A sua música me assedia entre a rampa e o corredor,
seguro seus olhos nos meus.
(mas isso só é verdade o quanto uma mentira pode ser.)
a parte isso
como um raio rasga o céu,
você deixa eu deitar na sua cama,
e diz o que eu quero que você diga.
(mas isso só é verdade o quanto uma mentira pode ser.)
segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo a noite
tô com saudade de você
mas de você de outro jeito
de voce com os dedos
entre os meus cabelos,
com a boca perto de um beijo.
mas de você de outro jeito
de voce com os dedos
entre os meus cabelos,
com a boca perto de um beijo.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
Quinta Feira, ou Uma quadra da vila madalena
Pra beijar em baixo da lua,
sem haver, entre céu nublado.
Pra fazer quente como sol,
amor de estrela, no inverno de São Paulo.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Grito
Até acabar com a minha voz
Até cansar o corpo
Até rasgar a folha
Até acabar o lápis.
Até a última gota
Até o último trago
Até a última nota
Até a última ponta
Até a última ponta
segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Eu gosto da mensagem da sua caixa postal,
mas ouvir sua voz não seria mal.
Não consigo esquecer a ultima vez que te vi,
entre outras lembranças que não escrevi.
Seu perfume e cigarro me assediavam a manhã
e não lembrava onde de ontem larguei meu sutia.
Esperava acordar e te encontrar ao meu lado,
mas em seu lugar estava um recado.
Você diz que me queria só pra você
e que se é pela metade, prefere não ter.
Mas acho que (na verdade) você só cansou de me comer
de me comer
Deixa
Me faz
de paz
Me faz de calma
Me leva pra nunca mais
Me deixa sorrir aonde eu quiser ir
Me deixa ser feliz como posso ser
de paz
Me faz de calma
Me leva pra nunca mais
Me deixa sorrir aonde eu quiser ir
Me deixa ser feliz como posso ser
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Over
Seu cheiro de perfume e cigarro me assedia a manhã
Penso em me levantar, então, me pergunto em que parte de ontem
Larguei meu sutiã
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
O horizonte te escondeu
"todo porto é solidão"
"todo cais é saudade de pedra!"
para sempre é sempre não
amor é despedida, saudade descoberta...!
Já estou de novo no filtro
E estou junto ao chão como lastro
Não me reconheço por dentro
Não penso, não me concentro
Me esqueço enquanto te perco pro espaço
No mar parte como barco
No céu como um astro
Que se despede dessa noite
para ser noite, em outros horizontes...
O horizonte te escondeu
Eu jurava que era meu...
"todo porto é solidão"
"todo cais é saudade de pedra!"
Amor é despedida...
Saudade descoberta...!
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Tinha muitos amigos, era muito querido.
Sempre há palavras para o quanto era bom.
Sempre há bom tom para seu nome quando dito.
Era muito corajoso, justo e certo.
Muito para ditadura, muito para o preconceito.
Nunca decepcionou quem o conheceu, (e pode lembrar),
nem quem não o viu, (que apenas ouve e imagina).
O estudante, alto, magro, corajoso, esperto,
irmão da minha mãe, tio Laércio.
é isso ser herói.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Uma música para uma banda amiga
Se já é noite, e suas estrelas
são antenas e sinalizadores de avião
Pegue uma bebida e procure uma amiga
Porque aqui tem gente bonita, não querendo dizer não
Se o dia é caos e selva de pedra
de noite são só luzes,e existe uma trégua.
Pra quem é esperto, aqui não há solidão.
não há motivos pra se preucupar
é sempre domingo depois do sábado
e os diamantes selvagens aquecem a noite de São Paulo.
você não tem motivos pra se preucupar
é sempre domingo depois do sábado
e os diamantes selvagens aquecem a noite de São Paulo.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Tem muito ainda sobre a gente que esta caneta não escreveu.
Tem muito ainda sobre a gente
que esta caneta não escreveu.
"E frente ao telefone
dou um sorriso deitado
abraço ao meu lado
uma boa lembrança"
Você sempre atende,
sempre está rouco,
é bem educado
porém fala pouco
Tem muito ainda sobre a gente
que esta caneta não escreveu.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Como se nada mais pudesse estar ali
A música ficou longe
A chuva distante
Como se soubesse aonde é o céu.
Ora branco e azul,
agora castanhos olhos
Como se não houvesse tempo.
Me senti bem
Desejei que não acabasse
Como se ainda pudesse me dar mais
de sua voz grave,
das suas ásperas mãos.
Como se estivesse se escondendo,
querendo ser encontrado,
também por si mesmo.
Como se ora não se importasse, ora não consentisse,
está em outro lugar,
quando te quero aqui.
Mas ri, ainda ri comigo
Mas me dá, o que vim buscar...
Diz que sim, menos do que diz não
Parece não fazer questão...
Embora goste, sei que gosta!
Mas não se esforça, pra que eu goste também..
Sexo sem amor já foi melhor
Os poemas sem amor também.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Experimento maior
Em solene solidão,
esta única estrela
no céu, se solidariza
com minha tristeza.
Crescentes, noite e medo
me conduzem questionar
em redondilha e soneto
a cadencia estrelar
e daqueles meus desejos
que antes longe, logo aqui
encaram-me sem aviso.
Que pertenciam ao ontem,
apresentam-se diretos,
agora, agora e vivos
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