segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo II


nem o mesmo rio
nem o mesmo homem

em outras folhas
sentimentos escorrem, feliz ano novo

como correm os dias
como correm os olhos sobre os ponteiros

feliz ano novo, uma outra paisagem
para um filme mesmo

feliz ano novo
bom ano, seja melhor esse ano

seja bom, para quem quer que seja
seja bom para as folhas do calendário

eu estou cada vez mais viva
eu estou cada vez mais

mais perto de respirar
o instante seguinte

de pirar entre ponteiros
e não conseguir contar o tempo nos dedos

feliz ano novo
feliz plano e meta

escreva numa folha de calendário
faça um avião de papel

para o céu, mastigue
engula ou vomite

o tempo não parou
ainda dá pra aprender a amar

gigante, viva, mundo
moinho, peão, o tempo não parou

nem meu coração, tá escutando?
feliz ano novo

feliz cabelos mais longos
feliz mais profundos poros na pele

já passou, pronto, não arde
grita felicidade, ou sua espera

grito sem medo a vontade
peço pela nova primavera, em tão seus
porém outros, novos anos.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Hoje eu amanheci mais velha.

Acordei antes do sol, entre nuvens que não desenhavam bicho nenhum, em úmida e muda três horas e trinta. Eu não deveria estar acordada, mas meu coração quer pular do parapeito. Bebi água da pia, fumei um cigarro, e outro em seguida, e chorei. Fiquei escorrendo e escutando a agulha da vitrola (que está quebrada) riscando o nome das faixas do lado B.


Deixei um xixi no banheiro, experimentei alguns lugares do sofá, dei um oi pro resto da pizza, para um pêssego e, por fim, para um copo de leite. Fiquei pela casa escorrendo, nem sangue, nem gozo, eu chorei.

E não voltei  para cama..

O sol nasceu um girassol e (você não vai acreditar, mas) agora ele me segue por todos os lugares que eu vou.

Hoje eu acordei in crível

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sinto


Sobre os meus passos, pingam pingos que pingaram sobre o guarda chuva.
sinto muito

Estou com a sensação de ter esquecido alguma coisa importante

Talvez uma caneta, uma caderneta, cruzar as pernas, um pote de ouro ou meu coração...

sinto muito não poder te olhar nos olhos, é que eu não tenho tanto amor assim.


Eu estou por toda sala, por toda a mesa, por toda a rua, no chão entre os pingos da chuva

estou deixando por ai os meus pedaços

estou deixando minhas vontades em cacos

pode sangrar.

sinto muito por não poder ter tanto.

.. mas palavras também fazem gozar
gritam, submetem.

descaradas!
podem sangrar...

Sem título



as estrelas são
sinalizadores de avião

entre a neblina, transitam:

medo e culpa...
e em tamancos,
putas.

o portador das mãos que me confundiram com outra pessoa se despediu da minha sombra sem cerimônia

"desculpe, eu não sou o que pensa que..."

tudo bem, é noite e todos os gatos são pardos.

outra vez  mesmo era eu
sem poder haver

eu que te tirei o pau pra fora no meio da rua, lembra?
em baixo da lua, mas sem poder a ver

neblina...

sábado, 22 de dezembro de 2012

da série: Poemas que escrevi de rosa.


vamos morar na mesma casa?
pode ser cada um com seu quarto
se tivermos um gato
você pode escolher o nome

prometo que mesmo passando o tempo
não reclamo do seu beijo com gosto de café
posso também escovar os dentes
depois de tomar leite

posso esperar que você se deite
pra dormir depois,
posso cozinhar couve flor com arroz
pra nós dois.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Cheirar fumaça de óleo diesel
Botar Fogo no apartamento
E depois quebrar essas xícaras

Eu quero deletar essa playlist de MPB
Eu quero ouvir gritos da minha rua inteira
A noite inteira, eu queria saber de você.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Poema Conto 2



Quando era criança eu escrevia
meus segredos e as coisas que eu sentia
no estrado em baixo da minha cama.
pensando que outra pessoa,
que também não tivesse para onde fugir
poderia se distrair com as minhas histórias
ou com minhas poesias.

Eu cresci, e até hoje sou a única que conheço
que gasta o tempo em baixo da cama,

Aos oito anos me mudei e troquei os móveis do quarto,
apaguei tudo que ali havia
com medo de que na mudança, se lesse da minha vida
aquela história era pra alguém que se escondia
alguém que tivesse medo,
mas também coragem de enfrentar sua própria companhia,
de encontrar a si mesmo
em baixo da cama, sem esperar esse alguém encontraria
um refúgio entre pensamentos sozinhos

Eu ainda choro,
mas acho que aprendi a me distrair
com o desenho da madeira do estrado
ou eu desisti de encontrar outra pessoa
com o mesmo medo e vontade que tinha
minha letra de forma em canetinha
no estrado, em baixo da cama.

as paredes sabem

sentir, lembrar, gemer,
gritar.

as paredes sabem torturar.

Entre tangíveis linhas.
Entre estruturas paralelas

as paredes sabem espremer,  feito suco de laranja, meu coração.
conheci um alfabeto de ais
alguns mais longos, outros calados..

outros quase sopro, entre dedos
pelos cabelos..

entre as paredes do quarto.
Ouvi falar nessa cumplicidade que se escreve à lápis.
Ela vai embora no outro dia de manhã
na sua boca
imagina minha vez.

a flecha preta


estou desfeita, corroída,
mordida, ainda crua,
ainda viva.


estou sangrando sentimentos
que se confundem entre gozo e sangue

entre nossos flúidos de amor no lençol vermelho
e nossos corpos no espelho, ao lado da cama

por que você não me ama?

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Da série: Poemas que escrevi de rosa

Queria te assoprar uma nota.
Queria te cantar um carinho.
Em doces palavras.

Queria que fosse rouco
Queria que fosse pouco.
Mas mesmo assim bom tanto,
Pra você não esquecer o quanto,
Eu te quero bem!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Vidro e Vinho


Sua boca e o copo
Ensaiam um encontro
Para o tempo, doce trajeto.

Uvas verdes
Em vidro transparente
Seu batom, enfim, conhecem

Carimba o copo
De vermelho vivo
Tinge o vidro num beijo opaco.

sábado, 1 de dezembro de 2012

eu gosto de você
tem gosto de lágrima

Nada como uma linda história de amor
para a lista do que não deu certo!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reinventei uma lembrança

Come a salada primeiro, depois eu trago o peixe. Eu nunca como peixe. Minha mãe tem nojo de limpar peixe. Meu pai que fez o peixe, está quente, por que vocês estão rindo? A cabeça do peixe, quem vai comer a cabeça do peixe? Não brinca com a comida, deixa a cabeça do peixe. É assim que se faz peixe assado. Minha mãe não faz assim, tem macarrão com salsicha? Experimenta o peixe. Com cabeça não. Minha mãe diz que comer o cérebro do peixe é bom, porque tem fósforo. Por isso que você ficou assim. É sério, acho que mais gente faz isso. Eu não quero o tomate que ficou perto da cabeça. Ele disse alguma coisa? Ela pegava pra mim com um palito de dentes. Hoje eu vou comer, mas semana que vem a gente almoça pastel, não é por nada, mas sua casa é longe. Você não vai comer o cérebro na nossa frente, promete?

domingo, 25 de novembro de 2012

Poema conto

Dormi ao lado de um homem.
Dormi com um homem que tinha uma lágrima.
Estava seca, mas ainda chorava.
Estava seca, mas eu provei e era salgada.
Eu provei, era uma lágrima mesmo.
A luz estava acesa, pude ver.

Seus dedos estavam entre os meus.
Minhas pernas entre as suas.
E entre um céu de sons,
eu procurei mas não ouvi,
a lagrima cair.
Eu conseguia ve-la se desfazer,
em meu rosto e pelo lençol,
em sua face branca sobre o travesseiro.
Dormi ao lado de um homem,
com a mais justa maquiagem
feita em um traço.

No meio da noite o vi de costas,
e seu corpo sugeria um abraço.
Que me custou todo amor que tinha para dar,
e o que não tinha, também.
Eu pude te dar o que nunca tive espaço para dar.
E pude experimentar um tempo que não é meu.
Eu dormi ao lado de um palhaço.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um samba guardado


Canção para peça " Bendita Geni"


TIGRÃO
Vou deixar nosso amor de lado, mas não esquecido, guardado...

(entra a canção: Guardado)

Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor

Mas esquecido não,
Eu vou deixar guardado.


Escute, por aqui está tudo calmo, eu ando bem,

Eu não quero amor,
eu não quero dinheiro,
eu não preciso viver muitos dias,
Já me basta você, 
Que é toda poesia

No purgatório das lembranças
Ela quem vai dizer,
“Guardo-te entre as memórias boas ou ruins?”
Ela quem vai dizer,

Se ela quiser que passe, passou.
Se ela pedir pra voltar, eu vou.

Ela quem vai dizer,
“como quer, meu amor, que eu lembre de você?”
Mas por enquanto fica assim,

Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor

Guardado.

Quando ela chega
a certeza me visita
Meu corpo à deseja
Por toda vida

A mais bela lembrança,
A mais querida.
Um pensamento que é só afeto
Um sorriso discreto
Por todos os meus dias

 Se ela quiser que passe, passou
Se  ela pedir pra voltar, eu vou.

Mas por enquanto eu deixo assim,

Guardado
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor
Vou deixar assim,
Deixar de lado
De canto nosso amor

domingo, 18 de novembro de 2012

Por um triz

Canção para a peça: Bendita Geni

GENI.

(entra a canção: para sempre por um triz)

Canto como quem chora
com a voz do desencanto.
Quem já sofreu o amor,
entende esse pranto.

Mas eu não posso amar,
o amor não é pra mim,
o amor não me aceita
enquanto for assim.

Eu queria ser:
O voo da asa,
A flor da raiz,
O todo da parte,
A atriz do aparte
ser antes quem eu sou
do que aquilo que fiz.

Mas eu sou menos que o caso
a amante do caso
eu sou a meretriz
um encontro ao acaso
"pra sempre por triz"

Eu sou um beijo ébrio
na sua madrugada
escondidos entre a escada
em um abraço longo,
que encerra-se em si

Sou um noite inteira
que como brincadeira
não teve importância
E o novo dia esquece
aquilo que vivi

Eu me fiz a sombra
era o que podia ser
para ser feliz
enquanto a noite fosse.

Mas quando é dia (é dia)
o gato preto é preto
e o erro é erro
a esposa acorda
a amante espera
e a puta chora

A travesti não sabe
se ela acredita
que foi sua vez
que seu amor se fez
se foi sonho, outro sonho
ou se foi mentira.
Se chegou a tempo
Para sua vez.

(Fim da Canção)

ô nega


Ô nega, você aperta direitinho, essas tranças no cabelo
aperta direiinho, meu abraço quando eu chego
aperta direitinho o cigarrinho do preto.

Não nego, não tenho te amado direito,
e não volto pra casa tem uns dias
mas é só de saudades que se faz esse peito

que não sabe se canta ou se chora
a falta que cê faz na minha vida, ô nega.


Ô nega, você aperta direitinho, essas transas no cabelo
aperta direiinho, meu abraço quando eu chego
aperta direitinho o cigarrinho do preto.

domingo, 11 de novembro de 2012

Ser


O voo da asa,
a flor da raiz,
o todo da parte,
a atriz do aparte

-





segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Incide o sol sobre uma aresta,
Anuncia o céu o fim da festa.

Revela seu rosto entre a fresta,
(Como pode acordar tão bonita?)
Abraço a promessa de um novo dia.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Procuro um poema que escorreu,
pelo meu rosto como se pudesse me levar...

Do eu, me despeço.. (e ainda dói).
Mas já não reconheço aquela vontade de quebrar as xícaras.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lenda

Entre as portas
e o desenho das linhas
estão seus olhos, que fitam:

Além da porta;
Além da linha;
Além dos meus olhos

e do que pode escrever minha caligrafia

terça-feira, 23 de outubro de 2012

de volta a borboleta sem motor

Borboleta sem motor
Caio por algum lugar

Eu paro, abraço, aceito, escuto e espero

Na sua linha

Vou contra a(o) alto

Me sinto no céu enquanto Caio,

Me sinto objeto do seu olhar, soslaio.

Me sinto sua enquanto Caio

Borboleta de asas mudas,
Caio na sua, na sua cama.

"como se fosse a última",
como se eu fosse a única

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

mensagem de saudade


Tenho vontade de te escrever
embora nada tenha a dizer..

não espero ter,

não preciso de momento certo,
ou fazer de assuntos oportunidade
pra escrever uma mensagem
que me faça sentir mais perto.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

As mesmas cores,
a mesma distância,

Mas não tenho mais xicaras para quebrar.

Sim



Eu quero assim passar os dias,
quero que eles passem por mim.

Eu não preciso ser uma promessa
não preciso estar por vir.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

"O amor na prática é sempre ao contrário"


É numa úmida manhã,
ser a vizinha do seu sorriso deitado,
ser o corpo que  seu corpo esquenta,
a primeira história que a lembrança atenta.

Dividir a luz da mesma janela,
que antes trazia a noite,
agora acorda e revela, como é viver.

Segura minha mão, o medo não dorme.
Se puder ouvir sua respiração, gozar ficará mais fácil.

Guarde pra mim suas primeiras palavras,
também as últimas, enquanto se revezam os dias.

Deixa minha voz preencher a sala,
como minhas letras preenchem o vazio dessas linhas com carbono e poesia.

Deixa meu corpo encostar na sua calma,
como se eu acreditasse, por um segundo, (ou por uma noite)
que é possível ser feliz.

domingo, 30 de setembro de 2012

é tudo ou, talvez, outra parte, já que a parte é parte sem o tudo mas o tudo não é tudo sem a parte e nada é sempre algo, mas outra coisa, que nem aquele tudo ou parte. II



O homem é o ovo do homem.

O açúcar é doce, o céu é salgado.

Os outros são os outros e o inferno é o inferno.

Ser a consequência inevitável de si mesmo.

Me pergunte quem não sou  então e me diga para mudar.

tudo ou talvez outra parte


O papa é pó

O pop é papa

A papa em pó

A água em pó

O pó não poupa ninguém

do pop vieste ao pop retornarás

E  que o papa vá pra a puta que o pariu.

idiotização

isso significa tanto quanto nada dada dada da.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012




Te vejo enquanto parte,
enquanto integra,
mesmo que em outros meios,


Epilogo:

(te vejo indo, um tanto pra longe
te vejo em mim, o outro tanto que escrevo)


O que, naquela direção, me chamou olhos:




O barulho dos sapatos dela,
todo o bonito que tinha seu rosto,
o que havia de outro, de louco,
de tempo, de torto.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Terça Feira

"Hoje te vi de longe,
rapidinho entre o vento,
dobrando uma curva entre mim e o tempo,
por tavez menos de um segundo,
mas ainda assim, inconfundivel aos meus olhos."
Por que tornar difícil o que é simples?
Por que encontrar tantos nomes para sentimentos?
Se você acredita que pode ser o novo,
porque sofre como se fosse o mesmo?
Eu não quero ficar pra ver.
Porque todo posto,
tudo isso,
já foi visto.

não tem nada à ser,
não tem nada por fazer.

esses sentimentos já nomeados,
essas cores nos copos, já provados,
e esses cigarros nas mãos,

são: O tanto que são;
O sempre que são;
O mesmo que são;
que sempre foram, e sempre serão.

Medo vestido de amor
Vontade vestida de rima.

sábado, 1 de setembro de 2012




Despedida da Prosa - Treze de Maio, 188

Arrancaram a revolução das paredes, e para as paredes ficou a sombra, para as paredes, algumas letras, entre outras... Intermitente essência.
Sustentadas pela história e sobrevivendo a despedida, as paredes ainda sólidas, recebem um novo tempo em novas vidas. Sobre um velho ideal se escreveu um presente,  que não prometia glória nem mudança, que se encerraria no agora sem pensar em lembrança.

Despedida do Castelo de Papelão – Treze de Maio, 266

O arquiteto disse  não saber por quanto tempo a estrutura ( que era móvel sobre uma carroceria) ficaria no Bexiga, porém já adiantou que pretendia vender o imóvel o mais breve possível, aproveitando, é claro, o bom momento na cotação da sucata.
Também disse, que na verdade,  queria o vender logo porque teria problemas pra manter o castelo ali, porque o terreno não era dele e não sabia ao certo a quem pertencia.
E sobretudo, se não esvaziasse a carroça, de maneira breve, não poderia no dia seguinte pensar em outro castelo, não poderia pensar pensar em outros papeis, papelão e sucatas, logo não poderia pensar em pão, em água, ou cachaça.

Despedida da Cama -  Treze de Maio, 102

'Casa com novo conceito, internet rápida, cabines privativas, sigilo absoluto (onde se entra e fecha a porta)', -Entre tantos quartos de hotel, entre tantos braços, pernas e bocas, tem quem  prefira destinar, um tempo, um dinheiro, algum gozo e amor à um computador  de... - E nessa palavra interrompeu seu dizer.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Treze de Maio, 188 ( Síntese)


Arrancaram a revolução das paredes,
e para as paredes ficou a sombra,
para as paredes, algumas letras,
entre outras, intermitente essência.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Treze de Maio, 188



Arrancaram a revolução das paredes,
e para as paredes ficou a sombra,
para as paredes, algumas letras, entre outras...
Intermitente essência.

*

No bar do Alemão;
Na Casa do Norte;
Na Cantina Italiana;
E na Lojinha do Chinês;
Todos falam alguma mesma língua.

*

Diária - R$15,00
Semana – R$78,00
Mês – R$250,00
Três Meses – R$600,00
Seis Meses – R$1000,00

*

Água, luz, correio e campainha nos fundos.

*
Castelo de Papelão é construído na Treze de Maio.

O arquiteto diz não saber por quanto tempo a estrutura ( que é móvel sobre uma carroceria) ficará no Bexiga, porém já adianta que pretende vender o imóvel o mais breve possível, aproveitando, é claro, o bom momento na cotação da sucata.

*

Profissionais do sexo perdem clientela para Lan House.

Casa com novo conceito, cabines privativas, sigilo absoluto (onde se entra e fecha a porta), atraí os novos e até os mais tradicionais consumidores de pornografia

*

Nota-se Forte Presença de novos espaços culturais alternativos no bexiga. Boa localização, fácil acesso e alugueis relativamente acessíveis, atraem novos artistas.
Castelo de Papelão é construído na Treze de Maio.

O arquiteto diz não saber por quanto tempo a estrutura ( que é móvel sobre uma carroceria) ficará no Bexiga, porém já adianta que pretende vender o imóvel o mais breve possível, aproveitando, é claro, o bom momento na cotação da sucata.

terça-feira, 28 de agosto de 2012


A poesia contempla
com alegria sutil e discreta
as vidas incompletas

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eu descia e você subia,
foi um oi entre as escadas rolantes
que sugeriu uma pequena volta na trajetória.

Conversei,
entre três e cinco minutos,
com seus olhos.
Profundos o suficiente para me deixar só pensar em estar neles.

Diante da noite,
da sua fronte
e de uma segunda coincidência,
deixei uma conversa conversar até as palavras se despedirem,
até minhas pernas me levarem.

Tem alguma coisa de mim no Anhangabaú até agora,
minhas pernas me levaram pelo caminho de volta
e no metro escrevi um poema.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012



enquanto a gente transa,

Preciso ouvir entre seus gemidos cansados,
a palavra amor e seus derivados.

Quero ser amada por e em seus pensamentos,
porém preciso também segurar seus olhos,

enquanto a gente transa.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

melhor.

Não há discurso que contemple o que sinto.
Qualquer poesia, insuficiente seria.
Porque a tinta não corre como sangue quente,
e o papel não é como sua carne macia.

Escrevo, incansável, em sua pele, osso, coração e face.
Mas não há prática que encerre minha vontade.
Porque o contato fortalece o laço,
e quanto mais apertado, mais quero estar dentro,
quanto mais adentro, mais encontro espaço.

Para ocupar com o sentimento que se dispõem no meu melhor,
sentimento que me compõem e não cabe em um só.

a poesia não poderia.

porque a tinta não corre como sangue quente
porque o papel não é macio como a carne
Não há verdade que caiba na frase.
Qualquer poesia, insuficiente seria.

Tentando escrever o que guardo de você

Eu amo você.

Eu não queria fazer um poema
Eu só queria dizer que amo você.
Sem precisar escrever " Eu amo você"

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

assim.

Me perdoa por ser algo que não encerra em mim.

Amor não com(tem), tá? (ou hipóteses para o amor)

Amor não com(tém), porque se tem não é amor.
Amor não contém glútem (amor por amor a paçoca mais convém).
Amor não re(tém), porque o que re(tém) um dia já teve,
(e como já disse) Amor não com(tém).

Você se esqueceu da rita,

http://www.youtube.com/watch?v=NLjIPbBaNY4

Você se esqueceu da rita,
logo você que tanto cantava essa fita,
se fez volúvel, se fez atroz, 
ao dar a outras músicas, sua voz,
cantou em outras letras, outras amigas,
tocou outras notas e outras meninas.

Saiba que a Rita percebeu,
e se sente menos bonita, se sente menos querida
se sente menos saudade, se sente menos melodia.

Mais longe da sua voz, mais longe da sua mão,
mais longe da sua boca, mais longe do violão.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Metalinguagem ( ou Licença Poética)


por essa parte de poesia
a rima vale a mentira

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Versos Empanados

Volto da praia
com uma única certeza:
Adentro minhas calças,
pinto à milanesa

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Poema escrito pela menina de 12 anos que mora em mim . (ou "Poema que escrevi de rosa")



Sua Imagem encontra minha memória,
e meu coração não quer caber na noite.

Não tem sono pra o travesseiro.
Não tem certeza para calma.

São só saudades pro meu peito,
de lembranças que  alimento.

E tudo isso reforço, enquanto abraço forte,
o calor dessa cobertinha.

Fechando os olhinhos, e pensando em você.

bom negócio, isso e ócio.



Fico pensando na caligrafia do bilhete
que vai acompanhar o presente -  que te trago de viagem,

Com o mesmo carinho que vou escolher a cor da calcinha no próximo encontro.

Porque eu gosto de voce Pt V


Quantas vezes posso contar,
que meus olhos demoraram no seu...?

Porque eu gosto de você Pt IV (ou" O que é que O Carioca Tem"



Tem o beijo gostoso
O meio sorriso
O braço forte
Os olhinhos que dizem sim


... e aceita o apelido de cama.

Porque eu gosto de voce Pt III (ou "O que o Carioca Tem?)


Tem um lugar pra mim em sua solidão


e também um colchão onde cabem dois.. (daquele jeito)

Porque eu gosto de vc PtII (ou" O que o Carioca Tem")


Você tem mãos de homem,
que seguram bem - todo meu desespero


Porque eu gosto de você PtI ( ou "O que é que o carioca tem")



Tem o mínimo de tempo para ler meus poemas
E o mínimo de paciência para respondê-los

Sem poder haver


A noite se via entre amigos, mas a suas mãos de encontro com as minhas coxas, me obrigaram a te convidar para um passeio mais íntimo.
 Foi depois de dobrar talvez duas esquinas, te vendo correr atrás de mim, respirando rápido e com o corpo quente, que te empurrei contra uma parede, ( ou era uma banca de jornal?) te encostei os lábios e te tirei o pau pra fora... Você me dava beijinhos enquanto procurava no meu corpo, lugares para suas mãos e vontades...
No meio da madrugada, no meio da rua, no meio do role, em baixo da lua, sem poder haver.

domingo, 15 de julho de 2012

Efeitos de Libertinagem e Estrela da Manha


Sem me preocupar com as curvas, com as casas ou com as referências entre as estacas
Eu vou cantando por essa estrada, 
pensando que Manuel Bandeira concordaria comigo,
se eu dissesse que toda criança tem direito a um porquinho da Índia.

Carta em Versos Para Carolina


Carol, tem um poema,
De um Manoel bandeira,
que me fez pensar em você,
que me fez lembrar de você.

Fez pensar em um tempo
 que eu ainda não estava acostumada
 com a sua cara, caríssima, carol

Carol,
Não pense que agora só é querida,
por causa do beijo que você deu,
(... não é só isso... )

Você também se contentou com um desenho feio,
isso é importante... mas tem mais,
 Entre motivos perdidos na sua agradável companhia, na sua simpatia
 está o fato de você ser linda mesmo,  é..  é  mesmo muito bonita...
(Posso confirmar em um milhão de fotos  e fatos..).

..  Por isso não escute os caretas,
 nem os libertinos demais,
 não escute conselhos de ninguém,
você é bonita também porque sabe o que faz, você sabe fazer
.. tem feito as coisas bem...

Acho que você vai gostar desse poema, porque aqui eu me sinto bem... Aqui é lindo,você ficaria bem nessa paisagem, haha, ficaria sem duvida engraçada, faria careta com uma vaca, ou abraçaria um bezerro fazendo os olhos carinhosos...

Espera um instante, eu vou comer outra laranja...


( o poema do Manuel bandeira é “namorados” pede depois pra eu te contar a história do meu pai sobre esse poema)

Visita

Não acontecerá o dia,
que vou chegar pra esse canto da bahia
e meu avô estará esperando em casa,

Casado com a enxada, vai estar vozinho, vai estar sozinho
fazendo companhia pra terra, algo entre plantar e colher.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Terça-Feira



A sua música me assedia entre a rampa e o corredor,
seguro seus olhos nos meus.

(mas isso só é verdade o quanto uma mentira pode ser.)

a parte isso

como um raio rasga o céu,
você deixa eu deitar na sua cama,
e diz o que eu quero que você diga.

(mas isso só é verdade o quanto uma mentira pode ser.)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

domingo a noite

tô com saudade de você
mas de você de outro jeito
de voce com os dedos
entre os meus cabelos,
com a boca perto de um beijo.


quarta-feira, 20 de junho de 2012


Eu caí
Borboleta sem motor,
não soube lidar,
não pude lhe dar,
nada além do leve,
caminho na neve,
sem deixar pegadas,
deixo, talvez, um pouco do meu cheiro,
e uns fios de cabelo,
para o seu lenço, seu lençol e travesseiro

terça-feira, 19 de junho de 2012



Tenho vontade de tocar onde houver sua pele,
Vontade do seu sorriso pequeno.

Quero sua voz e a minha, entre as paredes do seu quarto,
em acordo obsceno.


sábado, 2 de junho de 2012

Quinta Feira, ou Uma quadra da vila madalena



Pra beijar em baixo da lua,
sem haver, entre céu nublado.
Pra fazer quente como sol,
amor de estrela, no inverno de São Paulo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Grito


Até acabar com a minha voz
Até cansar o corpo
Até rasgar a folha
Até acabar o lápis.

Até a última gota
Até o último trago
Até a última nota
Até a última ponta






segunda-feira, 28 de maio de 2012


Entre o vazio da cortina, a cor do pôr do sol invade a minha sala. 
Entre o vazio do domingo suas palavras me acenderam a alma.

Entra cá uma luz alaranjada e cálida, mas a tarde é fria,
E anuncia, em céu de outono, outra noite solitária

terça-feira, 22 de maio de 2012

Crônico

Auto-Estima










































Baixa

domingo, 6 de maio de 2012


Eu gosto da mensagem da sua caixa postal,
mas ouvir sua voz não seria mal.

Não consigo esquecer a ultima vez que te vi,
entre outras lembranças que não escrevi.

Seu perfume e cigarro me assediavam a manhã
e não lembrava onde de ontem larguei meu sutia.

Esperava acordar e te encontrar ao meu lado,
mas em seu lugar estava um recado.

Você diz que me queria só pra você
e que se é pela metade, prefere não ter.

Mas acho que (na verdade) você só cansou de me comer
de me comer

Deixa

Me faz
de paz

Me faz de calma
Me leva pra nunca mais

Me deixa sorrir aonde eu quiser ir
Me deixa ser feliz como posso ser

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Over

Seu cheiro de perfume e cigarro me assedia a manhã
Penso em me levantar, então, me pergunto em que parte de ontem
Larguei meu sutiã



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O horizonte te escondeu

"todo porto é solidão"
"todo cais é saudade de pedra!"
para sempre é sempre não
amor é despedida, saudade descoberta...!

Já estou de novo no filtro
E estou junto ao chão como lastro
Não me reconheço por dentro

Não penso, não me concentro
Me esqueço enquanto te perco pro espaço

No mar parte como barco
No céu como um astro
Que se despede dessa noite
para ser noite, em outros horizontes...

O horizonte te escondeu
Eu jurava que era meu...

"todo porto é solidão"
"todo cais é saudade de pedra!"

Amor é despedida...
Saudade descoberta...!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012













Tinha muitos amigos, era muito querido.
Sempre há palavras para o quanto era bom.
Sempre há bom tom para seu nome quando dito.

Era muito corajoso, justo e certo.
Muito para ditadura, muito para o preconceito.
Nunca decepcionou quem o conheceu, (e pode lembrar),
nem quem não o viu, (que apenas ouve e imagina).

O estudante, alto, magro, corajoso, esperto,
irmão da minha mãe, tio Laércio.
é isso ser herói.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Uma música para uma banda amiga

Se já é noite, e suas estrelas
são antenas e sinalizadores de avião

Pegue uma bebida e procure uma amiga
Porque aqui tem gente bonita, não querendo dizer não

Se o dia é caos e selva de pedra
de noite são só luzes,e existe uma trégua.
Pra quem é esperto, aqui não há solidão.


não há motivos pra se preucupar
é sempre domingo depois do sábado
e os diamantes selvagens aquecem a noite de São Paulo.

você não tem motivos pra se preucupar
é sempre domingo depois do sábado
e os diamantes selvagens aquecem a noite de São Paulo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Tem muito ainda sobre a gente que esta caneta não escreveu.


Tem muito ainda sobre a gente
que esta caneta não escreveu.

"E frente ao telefone
dou um sorriso deitado
abraço ao meu lado
uma boa lembrança"

Você sempre atende,
sempre está rouco,
é bem educado
porém fala pouco

Tem muito ainda sobre a gente
que esta caneta não escreveu.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Como se nada mais pudesse estar ali
A música ficou longe
A chuva distante

Como se soubesse aonde é o céu.
Ora branco e azul,
agora castanhos olhos

Como se não houvesse tempo.
Me senti bem
Desejei que não acabasse

Como se ainda pudesse me dar mais
de sua voz grave,
das suas ásperas mãos.

Como se estivesse se escondendo,
querendo ser encontrado,
também por si mesmo.

Como se ora não se importasse, ora não consentisse,
está em outro lugar,
quando te quero aqui.

Mas ri, ainda ri comigo
Mas me dá, o que vim buscar...

Diz que sim, menos do que diz não
Parece não fazer questão...

Embora goste, sei que gosta!
Mas não se esforça, pra que eu goste também..

Sexo sem amor já foi melhor
Os poemas sem amor também.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

lembrando pessoa

Em solene solidão
Sorri solidaria
com vontade de soluçar

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Experimento maior

Em solene solidão,
esta única estrela
no céu, se solidariza
com minha tristeza.

Crescentes, noite e medo
me conduzem questionar
em redondilha e soneto
a cadencia estrelar

e daqueles meus desejos
que antes longe, logo aqui
encaram-me sem aviso.

Que pertenciam ao ontem,
apresentam-se diretos,
agora, agora e vivos




Agora eu sinto
Amanhã escrevo