segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quando a luz acende é uma tristeza,

estou vivendo um momento de muita lucidez
e muita solidão 
e muitos sonhos possíveis

e criando possibilidades 
para transformar o que não pode ser
em sendo,
em levando,
em indo andando, tropeçando e andando.

e tropeçando e caindo e ficando e sonhando e sonhando e sonhando
e sentindo o chão áspero na pele do rosto
e o rosto áspero entre os espaços do áspero do asfalto.

e assim eu vou sonhando e arranhando os sonhos com a realidade
e perfurando a realidade e preenchendo de sonho
e invadindo a praia
e profanando espaços sagrados do não pode ser, não pode sentir, não pode se entregar

a desgraça de ser o que se é nesse espaço de briga

eu me intrigo todos os dias 
e como farinha de trigo branca e café com açúcar branco

e nunca tenho paz
e a briga é todo dia

eu, as palavras, o sonho, e todo o oposto posto diante.
eu, imaginação, literatura, teatro, ficção e a briga de todo dia.

eu fico sozinha
e penso que estou bem
lembro de alguém, 
escrevo, seguro, grito pra dentro.

escuto músicas
lembro de alguém
escrevo ficção, literatura
palavras amargas,
frases sintéticas, 
engraçadas.

como a mesma comida 7 dias.
e fico ansiosa para que esse lugar mude
e penso o que vou ansiar depois que mudar

eu me sinto muito lúcida,
muito sozinha.
e sem vontade de ficar de olhos abertos.
  

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