nos meus sonhos ainda tem sangue
vivo com bastante intensidade
o entrelugar
guardo em mim um desejo vermelho
deixo crescer a vontade
de ir embora
tento apreender o que a vida ensina
me esforço para lembrar das palavras do meu pai e da minha mãe
aperto os meus pés contra o chão
eu quero ir embora
eu vou se a vida deixar
no entrelugar
me resta sentir o meu sangue se revoltar dentro de mim
escuto os meus medos mais estúpidos
os meus dentes uns contra os outros é para eu me lembrar que estou viva
e que eu vim lutar contra mim mesma
contra minha vontade de arrebentar com tudo
eu fiz um plano
eu vou recomeçar
ao meu amor, um beijo e um abraço
ao meu quarto, toda gratidão por me acolher e me guardar sempre todo amparo para suportar e desfrutar minha companhia
à minha família, uma promessa
aos amigos, tudo de bom que recebi
aos mestres, respeito
e ao céu que se estende e me pressiona a cada ciclo que termina,
um aviso: eu vou ter paciência para viver.
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