sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Poema para Julio de longe

Talvez pudesse escrever com mais precisão
se ainda ouvisse seu coração
dormindo com uma calma que não é do tempo
sonhando em algum lugar perto do medo

Se houvesse ainda algo seu por aqui,
escreveria mais do que ausência.
Você é uma memoria rasa
mas rasga meu peito pensar em não te-la.

O Julio canta, ora pouco, ora bom tanto.
Canta ora rouco, ora certeza.
Inventa em velhas músicas novas letras
E me sorri, com a boca que beija, que soa e que deseja.

Tenho vontade de tocar onde houver sua pele,
de cantar algo pra você só ouvir.
Gostaria de te levar para cama, para calma, para paz
de poder te levar para o bem que seu olhar me faz.

Olha pra mim não como quem sabe o que quer
mas como quem quer.
E não parece pensar sobre estar presente
mas me preenche.


Pensa simples como criança.
Sei que não mede, sei que não mente,
Mas ainda não aprendi, a saber o que sente.
Não aprendi a segurar seus olhos nos meus.


Pede cuidado como quem não sabe querer,
encara o tudo que a vida tem a oferecer
reduzido a insensato prazer.
Julio apegado ao sexo e a droga que o caminho puder trazer

hedonista, aéreo...
impossível saber o quanto está comigo.
precipitado e pouco austero...
faz me duvidar se devo lhe entregar isto

Escrevo versos sobre o Julio de poucos dias
De longe, o Julio que é outra vida,
Que gosta das minhas mãos, que gosta das minhas pernas
Que gosta sem pensar se gosta, sem jeito para frases ternas.

Não gosta de me encarar de frente.
Não gosta de beijo de manhã.
Do Julio conhecido das férias
Do Julio de sem amanhã

Julio de descompasso na vereda do Abraço
De mentiras bobas fugindo do sim
Que como menino se assusta ou se apega
Escrevo sobre o que do Julio, ficou pra mim.


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