quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Poema Conto 2



Quando era criança eu escrevia
meus segredos e as coisas que eu sentia
no estrado em baixo da minha cama.
pensando que outra pessoa,
que também não tivesse para onde fugir
poderia se distrair com as minhas histórias
ou com minhas poesias.

Eu cresci, e até hoje sou a única que conheço
que gasta o tempo em baixo da cama,

Aos oito anos me mudei e troquei os móveis do quarto,
apaguei tudo que ali havia
com medo de que na mudança, se lesse da minha vida
aquela história era pra alguém que se escondia
alguém que tivesse medo,
mas também coragem de enfrentar sua própria companhia,
de encontrar a si mesmo
em baixo da cama, sem esperar esse alguém encontraria
um refúgio entre pensamentos sozinhos

Eu ainda choro,
mas acho que aprendi a me distrair
com o desenho da madeira do estrado
ou eu desisti de encontrar outra pessoa
com o mesmo medo e vontade que tinha
minha letra de forma em canetinha
no estrado, em baixo da cama.