Que encontrei enrolado
Na camisa usada um dia antes
Dentro de um chapéu dobrado
Atrás do armário.
O amor não é cego
é burro mesmo
Dá na gente um apetite estranho, calado
que nos faz querer acreditar no engano.
Já faz mais de um ano
Já passou o amor
E o colar ficou entalado,
Se fosse bonito eu usaria por desaforo
Mas não era,
era dolorido mesmo
Com uma pedra verde
pesada de verdade
Ficou em cima da mesa e sumiu
não dito assim entre um e outro dia
Meu coração ficou com um buraco deixado pela flecha preta
que as estórias da minha cabeça tentam suturar.
E hoje quase meia noite
sem razão aparente
Meu coração descrente
ainda pensa no colar
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