Sim, haverá,
Mas para a criança refugiada que fez figuração no filme
do Oscar;
para a mulher queniana desnutrida na foto da evangelista em
projeto de neo-colonização;
e para o homem alcoolista que dormiu ontem na escadaria da Consolação,
nada vai mudar em consequência de nenhuma doença.
Falhamos, e se a poesia não nos salvou
se a guerra não conscientizou
ingenuo seria pensar
que a pandemia vai nos educar.
Pro ser humano virar gente
falta o mundo acabar.
Não tem profecia, não tem energia,
não tem enigma e nem mensagem.
A imagem na televisão
confirma uma previsão.
Falhamos, a luta de classes não nos salvou,
nem o chá de cipó, nem o Bhagavad gita.
Falhamos em nossa existência.
Falhamos em sermos humanos.
Depois da Pandemia continua a mesma patifaria.
Cada morto em seu lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário