quarta-feira, 6 de maio de 2020

Poesia para Aldir Blanc


Simples e absurdo
perder Aldir

Suas palavras eram pontes
para dentro de nós

Um tecido esburacado
pelas fragilidades mais humanas

Narrativas insanas
um recado dobrado em papel amassado

No bolso de um moribundo que não sabe ler
Ele ama, sofre, sente e chora

É brasileiro

Finalmente as palavras diziam
o que palavras não sabem dizer

Palavras com poder de mudar
não só como escrever, como pensar.

Síntese poética antitética
Sinestesia epifania e catarse,

Cores, sons, o céu, o inferno e a Ave Maria.
Nas minhas noites incansáveis de não entender a vida

Palavras urdidas por Aldir

Eu sei o que tem dentro do Catavento:
Poesia em resposta ao tempo.