terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Uma mulher, não um poema.


aquelas coxas brancas
contra a pedra,
os pés seus, e dela
cravados na areia

pontos na pele saltam
com vento ou com seus dedos

que acariciam a pele de uma mulher
e não a pele de um poema

e não apenas mulher
uma mulher bonita,
mais bonita que eu
mais bonita que tudo que já te escrevi

com os olhos claros perto da noite
e escuros perto do dia
uma mulher linda
que tirou o melhor proveito de todas as suas idades
feita.

ninguem precisa de um poema
mas enquanto batiam suas coxas
entre as ondas, você teve certeza
que precisava dela,

"luciana maria, ninguem precisa de um poema
eu não posso me alimentar de letras
e nesse instante realizo que a sede
do que há em mim de masculino
é sobre aquele par de pernas
contra o meu corpo
contra solidez da rocha
solitariamente sem rima"

"luciana maria, eu não posso me alimentar de poesia."
"luciana maria, você não vai acabar comigo"


Em Resposta à: Monólogo (trecho VII)