quarta-feira, 4 de maio de 2011

De noite todos os gatos são pretos

Durante aquela estranha viagem não consenti que poderia estar morta naquele mesmo instante se não fosse minha esperteza instintiva ou uma sorte articulada.
Voltei para casa assistida por um cara que julguei bonito, porém ele pareceu não ligar para o meu par de pernas que a pouco chamara atenção de outros dois rapazes do metro além do suposto estuprador
O Bonito, não ligou ao menos para minha bêbada tentativa de convida-lo a um dialogo, parecia aéreo, será que sabia que poderia me levar onde quisesse, que depois do que tinha acontecido eu abraçaria até um mendigo?
Eu faria um esforço para gostar dele, assim como fiz para ignorar o fato de sua pele ser muito branca enquanto os olhos muito negros.
Mas acho que vai ficar só pelo flerte não correspondido, nosso encontro embriagado fim de festa será apenas coincidência e não destino...
Estou viva, obriga, O figurão estranho, que chamo no aumentativo pelas mãos, unica parte do corpo que eu vi perdida no negro do interior do carro e do insulfime, velho apsereza, que nojo, me confundira com uma prostituta!
Corri de medo, talvez mais do sexo do que da morte, mais do julgamento PROSTITUTA do que do acontecimento.
5 am naquela rua estranha da vila prudente deixei o medo passar pelo meu corpo todo.
5min, por 5 min não pude sentir nada se nao medo, nem pensar em nada se não, "estou a salvo" daquelas mãos podres, pobres, nojentas e negras cujo portador se eu pensar ao me ver correr noite a dentro foi bom.. e me deixou ir, acariciando muito provavelmente o dinheiro que economizou e se questionando agora se eu era o que pensou.

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